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domingo, 29 de janeiro de 2017

Efeitos de uma relação de equivalência sobre um conjunto


     Uma relação $\mathcal{R}$ sobre um conjunto $X \neq \emptyset$ é chamada uma relação de equivalência se $\mathcal{R}$  é:

$(i)$ Reflexiva, isto é, se $x\in X$, então $x\mathcal{R}x$;
$(ii)$ Simétrica, isto é,  $x,y\in X$ e $x\mathcal{R}y$,  então $y\mathcal{R}x$;
$(iii)$ Transitiva, isto é, $x,y,z\in X$ e $x\mathcal{R}y$, $y\mathcal{R}z$, então $x\mathcal{R}z$.

     A relação $\mathcal{R}=\{(a,b)\in \mathbb{R}\times\mathbb{R} \ | \ a=b  \}$ é um exemplo de relação de equivalência.  Já a relação $\mathcal{R}=\{ (a,b)\in\mathbb{R}\times\mathbb{R} \ | \ a \ \text{divide} \ b  \}$ não é uma relação de equivalência, pois não vale a simetria.
     Dado $x\in X$. Chamaremos o conjunto $$\overline{x}=\{y\in X \ | \ y\mathcal{R}x  \}$$ de classe de equivalência. Já o conjunto formado por todas essas classes de equivalências, será chamado de conjunto quociente, o qual denotaremos por $X/\mathcal{R}$.
     Considere a seguinte relação de equivalência $$\mathcal{R}=\{ (1,1), (1,2), (2,1),(2,2), (3,3),(3,4),(4,3),(4,4),(5,5) \}$$ sobre o conjunto $X=\{1,2,3,4,5 \}$. Perceba que, $\overline{1}=\{ 1,2 \}, \ \overline{2}=\{2,1 \}, \ \overline{3}= \{3,4\}, \ \overline{4}=\{4,3\}$ e  $\overline{5}=\{5\}$. Note que, $\overline{1}=\overline{2}$ e $\overline{3}=\overline{4}$. Desse modo, o conjunto quociente $X/\mathcal{R}=\{ \overline{1},\overline{3},\overline{5}\}$.
     Sem muitas dificuldades é possível provar o seguinte lema.


Lema 1. Sejam $\mathcal{R}$ uma relação de equivalência sobre o conjunto $X$ e $x,y \in X$. São equivalentes:

(a) $x\mathcal{R}y$          (b) $y\in \overline{x}$          (c) $x\in \overline{y}$         (d) $\overline{x}=\overline{y}$


     O estudo das relações de equivalência se torna interessante depois que sabemos o que é uma partição de um conjunto. Uma partição de um conjunto $X$ é qualquer coleção $\mathbb{P}$ de subconjuntos não vazios de  $X$ que satisfazem as seguintes propriedades:

$(i)$ Para cada $A,B\in \mathbb{P} \  \Rightarrow \ A=B \ \text{ou} \ A\cap B=  \emptyset$
$(ii)$ $X=\bigcup_{A\in \mathbb{P}}A$

Considere o conjunto $A=\{1,2,3, ...., 10 \} $. A seguir, apresentamos uma ilustração de uma partição de $A$
     Na relação de equivalência $\mathcal{R}=\{ (1,1), (1,2), (2,1),(2,2), (3,3),(3,4),(4,3),(4,4),(5,5) \}$, tem-se claramente que o conjunto quociente $X/\mathcal{R}=\{ \overline{1},\overline{3},\overline{5}\}$ é uma partição de $X=\{1,2,3,4,5 \}$.
   Nesse momento, uma pergunta natural seria: Será que toda relação de equivalência sobre um conjunto, gera uma partição desse conjunto? A resposta é positiva! Provaremos agora esse fato.

Proposição 2: Se $\mathcal{R}$ é uma relação de equivalência sobre um conjunto $X$, então $X/\mathcal{R}$ é uma partição de $X$.

Demonstração: De acordo com a definição de partição de um conjunto, temos que mostrar que:

(1) Se $\overline{x}\in X/\mathcal{R} \ \Rightarrow \ \overline{x}\neq \emptyset$;
(2) Para cada $\overline{x},\overline{y}\in X/\mathcal{R} \ \Rightarrow \ \overline{x}=\overline{y}$ ou $\overline{x}\cap \overline{y}= \emptyset$
(3) $X=\bigcup_{x\in X}\overline{x}$.

Vamos agora provar cada item.

(1) Seja $\overline{x}\in X/\mathcal{R}$. Como $\mathcal{R}$ é reflexiva, então $x\mathcal{R}x$, o que implica em $x\in \overline{x}$ e, assim, $\overline{x}\neq\emptyset$ para todo $\overline{x}\in X/\mathcal{R}$. 

(2) Sejam $\overline{x}, \overline{y}\in X/\mathcal{R}$ tais que $\overline{x}\cap\overline{y}\neq \emptyset$. Vamos provar que $\overline{x}=\overline{y}$. Seja $a\in \overline{x}\cap \overline{y}$. Então, $a\in \overline{x}$ e $a\in \overline{y}$, assim, $a\mathcal{R}x$ e $a\mathcal{R}y$. Como a relação $\mathcal{R}$ é simétrica, tem-se que $x\mathcal{R}a$ e $a\mathcal{R}y$. Pela transitividade da relação $\mathcal{R}$, temos que $x\mathcal{R}y$. Segue pelo lema 1 que $\overline{x}=\overline{y}$.

(3) Provaremos agora que $X=\bigcup_{x\in X}\overline{x}$. Seja $x\in X$ qualquer.  Uma vez que $\mathcal{R}$ é uma relação de equivalência, então $x\mathcal{R}x$ e, portanto, $x\in \overline{x}$. Consequentemente, $$x\in \bigcup_{x\in X}\overline{x}$$ Logo, $X\subseteq \bigcup_{x\in X}\overline{x}$.
Por outro lado, para cada $x\in X$, tem-se que $\overline{x}\subseteq X$, assim, $\bigcup_{x\in X}\overline{x}\subseteq X$. Portanto, $X=\bigcup_{x\in X}\overline{x}$. 
$\Box$
     Até aqui, sabemos que toda relação de equivalência sobre um determinado conjunto, acarreta em uma partição desse conjunto.  Mas, será que vale a recíproca? Ou seja, Dada uma partição de um conjunto é possível obter uma relação de equivalência sobre esse conjunto? O seguinte resultado responde a nossa pergunta.

Proposição 3. Se $\mathbb{P}$ é uma partição do conjunto  $X$, então existe uma relação $\mathcal{R}$ de equivalência sobre $X$ tal que $X/\mathcal{R}=\mathbb{P}$

Demonstração: Defina a relação $\mathcal{R}$ sobre $X$ como: $x\mathcal{R}y$ se, e somente se, existe  $Y\in \mathbb{P}$ de modo que, $x,y\in Y$.
     Vamos mostrar que $\mathcal{R}$ é uma relação de equivalência, ou seja, que a relação $\mathcal{R}$ é reflexiva, simétrica e transitiva.

$(i)$ Como $\mathbb{P}$ é uma partição de $X$, então para cada $x\in X$, tem-se que existe $Y\in \mathbb{P}$ tal que, $x\in Y$. Assim, $x\mathcal{R}x$ para todo $x\in X$. Portanto, a relação $\mathcal{R}$ é reflexiva.

$(ii)$ Sejam $x,y\in X$, tais que $x\mathcal{R}y$. Então, por definição da relação $\mathcal{R}$, existe  $Y\in \mathbb{P}$ tal que $x,y\in Y$. Logo, $y\mathcal{R}x$ e, portanto, a relação $\mathcal{R}$ é simétrica.

$(iii)$ Sejam $x,y,z\in X$ tais que, $x\mathcal{R}y$ e $y\mathcal{R}z$. Novamente, por definição da relação $\mathcal{R}$ existem  $Y_{1}, Y_{2}\in \mathbb{P}$ tais que $x,y\in Y_{1}$ e $y,z\in  Y_{2}$. Perceba que, $y\in Y_{1}\cap Y_{2}$. Uma vez que $\mathbb{P}$ é uma partição de $X$, então $Y_{1}=Y_{2}$. Desse modo, $x,z\in Y_{1}$ e, assim, $x\mathcal{R}z$. Portanto, a relação $\mathcal{R}$ é transitiva.

     Segue que $\mathcal{R}$ é uma relação de equivalência e, claramente, $X/\mathcal{R}=\mathbb{P}$. 
$\Box$

     Assim, provamos que dado uma partição de um conjunto qualquer, é possível obter uma relação de equivalência que acarreta nessa partição e vice-versa. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Como fazer peças de xadrez com materiais recicláveis

      


A ideia de elaborar o projeto Xadrez Reciclável surgiu da necessidade de mais ações que venha a colaborar com o trabalho dos professores em sala de aula. Nesse aspecto, o jogo de xadrez pode ser uma alternativa para a realização de um trabalho transversal ao do professor. Entendemos que a presença dessa ferramenta no âmbito educacional poderá facilitar a aprendizagem e ajudar os alunos a lidarem com mais maturidade com questões complexas que envolvem sua vida pessoal e social.

A presença desse jogo nas escolas é obrigatória desde 20 de novembro de 1996, pela Lei n. 9 394, artigos 26 e 27 que incluem o xadrez na parte diversificada dos currículos. Isso aconteceu devido a resultados de inúmeras pesquisas que apresentaram diversos benefícios proporcionados a prática desse esporte que exercita a mente. Benefícios como: estimula o raciocínio lógico, ativa a concentração, desenvolve a tomada de decisão, aguça a memória, desenvolve a paciência, a capacidade de planejar, aumenta a alto confiança, entre outros.

Fonte: autor do blog
Veja passo a passo como fazer peças de xadrez com materiais recicláveis no projeto(texto). 

Faça o download do projeto.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Por que o estudo dos grupos de permutações são importantes?


     Vamos iniciar essa discussão definido o que é um grupo de permutações. Seja $X$ um conjunto qualquer. Considere o conjunto $$S_{X}=\{ f: X \longrightarrow X \ | \ f \ \text{é uma bijeção} \}$$ Sem muita dificuldade é possível mostrar que $(S_{X}, \circ)$ é um grupo, onde "$\circ$ " representa a composição usual de funções.  
     Se $X$ for um conjunto finito de cardinalidade $n$, chamaremos o grupo $S_{X}$ de grupos das permutações de $n$ elementos.  Neste caso, denotaremos esse grupo por $S_{n}$. Note que a cardinalidade desse grupo é $n!$. 
     O seguinte teorema de Cayley,  afirma que todo grupo finito é isomorfo a um grupo de permutação.  Vamos enunciar e provar esse resultado.

Teorema (Cayley): Todo grupo é isomorfo a um grupo de permutações.

Demonstração: Seja $G$ um grupo finito. Note que para cada elemento $g\in G$ a aplicação $$\varphi_{g}: x\in G \longmapsto gx \in G$$ é uma bijeção.  Desse modo, para todo elemento $g\in G$ temos que  $\varphi_{g} \in S_{G}$. Considere agora a aplicação
\begin{eqnarray}\label{homo}
\varphi: g\in G  \longmapsto \varphi_{g}\in S_{G}
\end{eqnarray}
Vamos mostrar que essa aplicação é um monomorfismo, ou seja, um homomorfismo injetor. Sejam $g_{1}, g_{2}\in G$.  Para cada $x\in G$ vale que, $$\varphi_{g_{1}g_{2}}(x)= (g_{1}g_{2})x=g_{1}(g_{2}x)=\varphi_{g_{1}}(\varphi_{g_{2}}(x))=(\varphi_{g_{1}}\circ \varphi_{g_{2}})(x)$$ Assim, $$\varphi(g_{1}g_{2})=\varphi_{g_{1}g_{2}}=\varphi_{g_{1}}\circ\varphi_{g_{2}}=\varphi(g_{1})\varphi(g_{2})$$ Logo, segue que $\varphi$ é um homomorfismo. Resta mostrar que $\varphi$ é injetora. Para isso, provaremos que $Ker(\varphi)=1$. Perceba que
\begin{eqnarray*}
Ker(\varphi)=\{g\in G \  |  \ \varphi(g)=id    \}&=&\{ g\in G \  | \ \varphi_{g}=id \} \\
&=&\{g\in G \ | \  gx=x, \ \text{para cada} \ x \in G  \} \\
&=&\{ 1 \}
\end{eqnarray*}
Portanto, $\varphi$ é injetora. Segue do homomorfismo (\ref{homo}) que $G\lesssim S_{G}$. O que completa a prova do teorema.

     Agora estamos em condições de responder a seguinte pergunta: por que é importante estudar os grupos de permutações? A resposta é muito simples, sabemos que existem diferentes estruturas de grupos finitos, mas como todos são isomorfos a um grupo de permutação, então estudando apenas esse último estaremos estudando "todos os grupos finitos".

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Qual a diferença entre Conjectura, Lema, Proposição, Teorema e Corolário na Matemática?


     Muitos usam esses termos na Matemática sem saber o seu real significado. De um modo geral, podemos entender  Lema, Proposição, Teorema e Corolário  como rótulos atribuído pela comunidade Matemática para designar afirmações  que podem ser provadas como verdade. Por esse ângulo, podemos concluir que esses termos possuem o mesmo significado, ou seja, são declarações Matemáticas que são verdades, depois de considerado um certo conjunto de axiomas. Mas, vamos esclarecer o que significa cada um desses termos na Matemática com suas devidas hierarquias. 

O que é uma Conjectura?

É uma declaração que acredita-se ser verdade, mas que ainda não foi provada.

O que é um Lema?

É uma declaração que é verdade e que pode ser provada depois de um conjuntos de afirmações previamente aceitas.  Comumente um Lema é um resultado usado para auxiliar na demostração de uma Proposição ou Teorema. 

O que é um Proposição?

Simplesmente, é uma declaração que pode ser provada depois estabelecido um conjunto de afirmações como verdades.   Os lemas, por exemplo, estão nesse conjunto de afirmações previamente aceitas.

O que é um Teorema?

É uma declaração verdadeira e que é provada usando um rigoroso raciocínio matemático, depois de estabelecido um conjunto de afirmações como verdade. Geralmente as declarações mais fortes são rotuladas com essa denominação.

O que é um Corolário? 

É uma afirmação verdadeira que segue como consequência de um resultado mais forte, por exemplo,  de um Teorema.

Aprenda a editar textos no Latex

 Antes de saber o que é o LaTeX é preciso conhecer o TEX. O TEX é um programa criado por Donald Knuth na década de 70 com a finalidade de aumentar a qualidade de impressão com base nas impressoras da época e é utilizado para processar textos e fórmulas matemáticas.
     LaTeX é um programa que reúne comandos que utilizam o TEX como base de processamento e foi criado por Leslie Lamport na década de 80 com o objetivo de facilitar o uso do TEX através de comandos para diferentes funções. 
     É um editor de textos especialmente voltado para a área matemática contendo comandos para montar as mais diversas fórmulas. Gera textos de alta qualidade tipográfica (espaçamento entre palavras, combinação de letras etc...). Além de ser muito bom para fazer textos grandes como livros. 


Sugerimos as seguintes apostilas para você que está interessado em aprender a editar textos no Latex:


Faça o download do Miktex
Faça o download do editor Texstudio

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Aprendendo frações com garrafas pet e copos descartáveis


Sabemos da dificuldade de muitos estudantes em entender a noção de frações. Por isso, estamos propondo uma alternativa introdutória para a primeira aula de frações em turmas do 6º ano.

Materiais necessários: garrafas pet de um litro, copos descartáveis de 500 ml, 250 ml, 200 ml, 100 ml e 50 ml.

Sugerimos que o professor comece a aula explorando os conhecimentos prévios dos alunos, referente a capacidade. O objetivo desse início  é proporcionar(relembrar) aos alunos a compreensão da relação entre litro e ml. Vale salientar que a "relação" que nos referirmos aqui  é superficial, ou seja, simplesmente os alunos devem saber que um litro é que vale a 1 000ml. 

Buscando ainda explorar um pouco mais da intuição dos alunos, proponha situações como: um litro pode ser dividido em quantos copos de 500 ml? O litro pode ser divido em quantos copos de 250 ml?  ... O litro pode ser divido em quantos copos de 50 ml? Se houver dúvidas, convide algum aluno para efetuar a divisão usando as garrafas e os copos, ou seja, distribuindo o líquido da garrafa nos copos. 

Agora, a cada copo associe um símbolo fracionário; exemplo: o copo que corresponde a metade de um litro associe 1/2; o copo de 250 ml associe 1/4; o copo de 200 ml associe 1/5; o copo de 100 ml associe 1/10; o copo de 50 ml associe 1/20.

Proponha agora a seguinte situação: dos quatros copos que o litro foi dividido, Lucas bebe dois deles. Qual fração dos copos Lucas bebeu? Espera-se respostas como: 02 de 04. Com a mediação do professor, é possível obter 2/4. Nesse momento o regente deve formaliza para os alunos que o número que fica em cima da barra representa a quantidade  de corpos que Lucas bebeu e o número que fica abaixo da barra representa a quantidade de copos em que o litro foi divido.

Sugerimos que não seja exigida, nesse momento, a leitura formal das frações, explore apenas a situação vivenciada.  Lembre-se que os alunos deve manipular as garrafas e os copos para responder as situações propostas.

Vamos a mais uma situação: se Lucas bebesse todos os copos de suco, o que podemos afirmar? Essa situação é importante para trabalhar a questão do todo, ou seja, 1/4 + 1/4 + 1/4 + 1/4 = 1, que representa um litro em nosso contexto.

Na próxima situação trabalharemos  a noção de comparação entre frações. Quem é maior? O copo que corresponde a 1/2 do litro ou o copo que corresponde a 1/4 do litro? Será que o copo que representa 1/10 do litro é maior que o que corresponde a 1/5? Deixe os alunos compararem os copos para responderem. 

Na seguinte situação é necessário que os alunos manipulem os copos  para responder corretamente. Será que 2/10 do litro é maior que 1/5 do litro? 2/4 do litro é maior que 2/5 do litro? Para que os alunos descubram que no primeiro caso as frações são iguais é necessário encher  dois copos de 100 ml, que corresponde a 2/10 do litro e comparar com o copo de 200 ml, que corresponde a 1/5 do litro. A segunda pergunta é resolvida de maneira análoga.

Use agora sua criatividade para bolar novas situações problemas. Sugerimos que a aula termine com a divisão de refrigerantes(sucos). Bom trabalho!!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Os segredos dos melhores professores de matemática do mundo

Método de ensino de Xangai, cidade mais populosa da China, vem se espalhando por escolas europeias.



Está matéria foi publicada pelo G1 em 20 julho 2016.


Os professores de matemática de Xangai, na China, estão entre os melhores do mundo graças ao do alto desempenho de seus alunos em exames internacionais.
A reputação deve-se ao método empregado pelos docentes, que se tornou um dos principais produtos de exportação da cidade mais populosa da China - metade das escolas no Reino Unido, por exemplo, devem adotar o "sistema de ensino de Xangai".
Estatísticas comprovam que alunos do ensino fundamental que aprendem matemática usando a técnica têm rendimento superior aos demais.
Os estudantes de Xangai, por exemplo, estão três anos à frente dos de outros países em termos de escolaridade.
Mas qual é o segredo do sucesso da cidade? A BBC compilou os princípios do método - bem como suas críticas.
Conceito é tudo
O método de Xangai estrutura cada aula em torno de um único conceito matemático - como aprender adições básicas, resolver uma equação ou entender as frações como parte de um todo.
E tudo é coberto muito metodicamente, de modo que a aula não avança até que cada estudante tenha entendido.
"Em muitas partes do mundo, acredita-se que uma boa aula é aquela que cobre grande parte da ementa do dia, ou seja, quanto mais se avança, melhor", diz Mark Boylan, especialista em educação da Universidade Sheffield Hallam, do Reino Unido, e colaboradora da publicação Schools Week.
"Em Xangai, o objetivo é assegurar que um conceito seja totalmente aprendido e não seja ensinado de novo no futuro."
Especialistas em matemática consideram o sistema muito rigoroso ou exigente, baseado em manuais feitos sob medida que substituem folhetos ou planilhas.
Trata-se de uma metodologia altamente conceitual, na medida em que professores baseiam suas aulas em métodos fundamentais e leis da matemática, embora os alunos sejam encorajados a representar fisicamente os conceitos usando objetos e imagens para ajudá-los a visualizar ideias abstratas.
Além disso, a forma como os alunos falam e escrevem sobre matemática, acreditam os especialistas, pode contribuir para seu sucesso.
"Sempre lhes pedimos para explicar a resposta em frases completas. Ou seja, não adianta escrever apenas a resposta certa, mas entender o conceito. Essa é a chave para construir o raciocínio lógico e a linguagem matemática", informa o programa de desenvolvimento profissional Mathematics Mastery, baseado no método asiático.
Por outro lado, críticos dizem que o sistema é muito abstrato e não aplica a matemática em cenários da vida real.
Alguns também argumentam que o método ensina os alunos a se preparar para provas, ou seja, a ter um bom desempenho nos exames internacionais, mas sem adaptar o conhecimento a situações do dia a dia.
Unidos venceremos
Há também um princípio de coesão por trás do método de Xangai: a classe aprende como se fosse um só aluno, todos avançando no mesmo ritmo - não prosseguindo se alguém ainda estiver com dúvidas.
Os professores, por exemplo, não dividem o grupo com base na capacidade individual, nem em tarefas com dificuldade variada. Todo mundo é considerado um matemático nato e cabe aos professores tirar o melhor dos alunos.
Os estudantes com melhor desempenho são encorajados a aprofundar o conhecimento e ajudar o restante da classe, em vez de se distanciarem dos colegas menos aptos.
Enquanto essa busca pela igualdade dentro de sala é comemorada por muitos, críticos acreditam que o sistema desestimula os estudantes mais avançados, que acabariam ficando entediados.
A disposição das carteiras, porém, segue o modelo tradicional - o que, segundo críticos, não estimula a colaboração entre os pares.
"Trata-se de uma disposição rígida e pouco inspiradora", dizem.
Repetição, repetição, repetição
A repetição de conceitos também é um ingrediente fundamental da receita secreta de Xangai.
Crianças a partir de cinco anos são submetidas a testes para praticar exercícios até dominar cada conceito por meio da repetição.
Um aluno responde à pergunta de um professor e os outros repetem a resposta em uníssono. Em seguida, outra responde a uma outra pergunta e o restante repete. A sequência continua à exaustão.
Nessa rotina militar, espera-se que os estudantes aperfeiçoem o uso do vocabulário matemático - não apenas exercícios de matemática - na medida que a aula avança.
Mas as aulas são também muito interativas, destacam os especialistas.
Além disso, são curtas e harmoniosas: consistem de 35 minutos de ensino focado, seguido de 15 minutos de brincadeiras não estruturadas.
A estrela: o professor
Mas é no número de horas em sala de aula que se encontra o que é talvez o fator mais negligenciado da história de sucesso de Xangai.
Uma avaliação do modelo de ensino, publicado na semana passada pela Universidade Sheffield Hallam, mostrou que os professores só têm duas aulas diárias de 40 minutos.
O resto do dia é dedicado ao desenvolvimento profissional, incluindo feedback entre os colegas e observação das aulas.
Mas o mais importante é que um professor de matemática em Xangai passa até cinco anos na universidade estudando especificamente como ensinar matemática a alunos do ensino fundamental.
"Parte do sucesso do ensino de matemática em países como China e Cingapura vem do respeito aos professores e do tempo que eles têm para se planejar e preparar", diz o especialista em educação britânico James Bowen.
No entanto, críticos argumentam que há um descompasso entre o bem-estar dos professores e o dos estudantes.
Um estudo de 2014 sobre o bem-estar da criança, realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento Social na NYU Xangai, revelou que enquanto a maioria das escolas está equipada com salas de aula adequadas, bibliotecas e laboratórios de informática, não têm facilidades como auditórios, ginásios ou salas de reuniões.
E cerca de 13% das crianças apresentam saúde regular ou ruim.
Fonte: G1.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Lista das Principais Instituições que Possuem Programa de Pós-Graduação em Matemática no Brasil (Nível Mestrado e Doutorado)


     A seguir apresentamos as principais universidades brasileiras que possuem programas de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em Matemática no país. 

  1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA (Mestrado) - site
  2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - UFJF (Mestrado) - site
  3. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA  - UFV (Mestrado) - site
  4. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCAR (Mestrado e Doutorado) - site
  5. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA (Mestrado e Doutorado) - site
  6. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE (Mestrado) - site
  7. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR (Mestrado e Doutorado) - site
  8. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS (Mestrado e Doutorado) - site 
  9. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO-PUC-RIO (Mestrado e Doutorado) - site 
  10. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP  (Mestrado e Doutorado) - site
  11. UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU (Mestrado) - site
  12. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP (Mestrado e Doutorado) - site
  13. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG (Mestrado e Doutorado) - site
  14. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG (Mestrado e Doutorado) - site
  15. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM (Mestrado e Doutorado) - site 
  16.  UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI (Mestrado) - site
  17. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB (Mestrado e Doutorado) - site
  18. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (Mestrado) - UFSM - site
  19. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (Mestrado e Doutorado)- UFRJ - site
  20. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA  - UFPB (Mestrado e Doutorado) - site
  21. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO/SÃO CARLOS - USP/SC (Mestrado e Doutorado) - site
  22. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES (Mestrado) - site
  23. UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL (Mestrado e Doutorado) - site
  24. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG (Mestrado) - site
  25. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC (Mestrado) - site
  26. INSTITUTO NACIONAL DE MATEMÁTICA PURA E APLICADA (IMPA) (Mestrado e Doutorado) - site
  27. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA (Mestrado e Doutorado) - site
  28. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC (Mestrado e Doutorado) - site
  29. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFSE (Mestrado) - site

Lista das Principais Instituições que possuem Programas de Pós-Graduação em Educação Matemática no Brasil (Nível Mestrado e Doutorado)


     A seguir apresentamos a lista das principais universidades que possuem programas de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) em Educação Matemática no Brasil.

  1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL - UFMS (Mestrado e Doutorado) - site
  2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL (Mestrado) - site
  3. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUC/SP (Mestrado e Doutorado)- site
  4. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE (Mestrado e Doutorado) - site
  5. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - UEL (Mestrado e Doutorado) - site
  6. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC (Mestrado) - site
  7. UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAIBA - UEPB (Mestrado) - site 
  8. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM (Mestrado) -site
  9. UNIVERSIDADE EST.PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO/RIO CLARO (UNESP/RC) - site

sábado, 14 de janeiro de 2017

Software Winplot




     O Winplot foi desenvolvido em 1985 pelo Professor Richard Parris  da Philips Exeter Academy . É um software gráfico de usos múltiplos. Naquela época, o programa era executado no DOS e chamava-se Plot. Com o lançamento do ambiente operacional Windows ® 3.1 o programa foi rebatizado para Winplot. A principal função do software é desenhar gráficos de funções de uma ou duas variáveis. Também executa vários comandos.

Mais informações: clique aqui.

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